O presidente da CBF de plantão, Ednaldo Rodrigues, recebe elogios diários pela sua luta contra o racismo. A Seleção Brasileira vai jogar com o uniforme preto no sábado, contra a seleção de Guiné.
Mais uma maneira de se posicionar contra os atos racistas cometidos na Espanha contra o atacante Vinícius Jr.
O gesto merece aplausos.
Ednaldo Rodrigues é o primeiro presidente da CBF a liderar uma campanha contra os criminosos que praticam atos racistas.
Ednaldo é um homem negro.
Já disse que sofreu e sofre com o preconceito racial.
Portanto, repito, tem de ser elogiado por essas iniciativas.
Que não podem se restringir a atos simbólicos.
A notas de repúdio.
A entidade dirigida por Ednaldo Rodrigues tem de passar urgentemente à ação. E começar a punir severamente os racistas e clubes que forem coniventes com o racismo.
Esse é um ponto.
Ednaldo vai bem na luta contra o racismo.
Mas vai mal, muito mal, quando o assunto é contratação de um técnico para a Seleção Brasileira.
Tite saiu do cargo há seis meses.
E até hoje a seleção pentacampeã do mundo está sem comando. Ednaldo Rodrigues concede entrevistas diariamente para falar sobre as providências que está tomando para encontrar um substituto para Tite.
Ele quer Carlo Ancellotti.
E ninguém mais.
Diz que não tem um plano b.
Ancelotti anunciou recentemente que vai ficar no Real Madrid.
Ednaldo Rodrigues virou figura constante nos programas esportivos de rádio, tv e sites.
Não deveria ser ele o entrevistado.
E sim, um diretor de futebol.
O primeiro passo que Ednaldo Rodrigues deveria ter dado era contratar um diretor de futebol. Para que fosse ele, o diretor de futebol, a escolher o substituto de Tite.
Mas não é isso o que ocorre.
Movido pela vaidade, Ednaldo Rodrigues descobriu um jeito de massagear o ego e não pode ver repórter de televisão que começa a falar sobre as qualidades de Carlo Ancelotti.
E quem será o diretor de futebol da CBF?
Ednaldo não mostra a menor preocupação com essa questão.
Para ele, o que importa é falar sobre Carlo Ancelotti, a quem ele chama de AnGelotti, assim mesmo, com G.
Ednaldo sabe: caso já tivesse contratado um diretor de futebol, ele, Ednaldo, perderia a oportunidade de aparecer na mídia constantemente.
E isso, o ostracismo, não faria bem para ele.
Ele não é o único presidente a se comportar dessa maneira.
Andrés Rueda, presidente do Santos, com péssima gestão, também age assim.
O comportamento de ambos explica o fracasso do futebol brasileiro no contexto mundial nas últimas décadas.
Fracasso retumbante.
De clubes e seleções.
Wladimir Miranda cobriu duas copas do mundo (90 e 98). Trabalhou nos jornais Gazeta Esportiva, Diário Popular, Jornal da Tarde, Diário do Comércio e também na Agência Estado. Iniciou no jornalismo na Rádio Gazeta. Trabalhou também na TVS, atual SBT. Escreveu dois livros,de grande aceitação no mercado editorial: O artilheiro indomável, as incríveis histórias de Serginho Chulapa e Esconderijos do futebol.
Comentários