Lionel Messi encantou contra a Croácia. Não parece ser um jogador em final de carreira.
A arrancada pelo lado direito do ataque, culminando com o passe que deu, com o pé direito, para o terceiro gol da Argentina, entrou para a história das copas. Um lance típico de Diego Armando Maradona. Maradona foi melhor do que Messi. El Diez tinha mais recursos. Encantava mais. Pelo menos essa é a minha opinião. Sou mais Diego Armando Maradona.
Mas o que Lionel Messi faz nesta copa impressiona.
Ele joga para a seleção de seu país.
A seleção de seu país e todo o seu país estão com Messi.
A Argentina acolheu Lionel Messi.
E Lionel Messi incorporou a maneira argentina de ser.
Ele não era assim.
Por ter ido para a Europa (Barcelona) muito cedo, com apenas 13 anos de idade, agia como um europeu.
Quem o olhava não via nele a alma portenha.
Ele mudou.
Participa das comemorações com os torcedores e os jogadores argentinos.
É, finalmente, um deles.
Acolheu os argentinos e foi acolhido por eles.
Merece elogios por isso.
A frase Qué mirás bobo, andá pa allá bobo" (O que foi, bobo? O que foi, bobo, vai pra lá, bobo), que disse ao holandês Weghorst, que marcou os dois gols dos holandeses no empate em 2 a 2 (vítória argentina nos pênaltis), viralizou na internet e é a nova mania entre os "hermanos" argentinos.
Após a confusão, Weghorst disse que queria apenas um autógrafo de Messi.
Lionel Messi, além de dizer a frase inoportuna, não aceitou o cumprimento do jogador holandês.
"Foi falta de educação dele", afirmou Weghorst.
Foi mesmo.
É louvável o esforço que Messi faz para ser aceito como um argentino legítimo.
O futebol e a raça que mostra no Catar são suficientes para que ele seja aceito pelos fanáticos torcedores argentinos.
Messi já está no mesmo patamar ocupado por grandes craques de futebol do país vizinho.
É incontestável.
Ainda não é um Maradona.
Nem se conseguir o terceiro título mundial para a Argentina poderá ser comparado a Maradona.
A identificação de Maradona com o povo argentino foi e continua sendo muito maior do que Messi.
Maradona é insuperável.
E não será sendo mal educado com quem o venera que Lionel Messi vai conseguir superar "El Diez".
Foi uma atitude lamentável.
Wladimir Miranda cobriu duas copas do mundo (90 e 98). Trabalhou nos jornais Gazeta Esportiva, Diário Popular, Jornal da Tarde, Diário do Comércio e também na Agência Estado. Iniciou no jornalismo na Rádio Gazeta. Trabalhou também na TVS, atual SBT. Escreveu dois livros,de grande aceitação no mercado editorial: O artilheiro indomável, as incríveis histórias de Serginho Chulapa e Esconderijos do futebol.
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