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CONTO DE FADAS


Era uma vez um promissor talento do futebol que sonhava ser o melhor do mundo. O talento era reconhecido desde a infância. Já adolescente, sua fama rendia dinheiro e despertava cuidados. Apelidado por Luxemburgo de “filet de borboleta”, Neymar ( Foto/crédito - @PSG_English ), desabrochou e virou a joia da coroa que um dia foi magnificamente usada por Pelé. O Santos era a Fada Madrinha. Tudo indicava um futuro magnifico, fácil pelo talento que o menino despertava. O raio caiu no mesmo lugar que nasceu um rei.


Em todo conto de fadas acontecem reviravoltas. A saída de Neymar do Santos numa operação financeira que rendeu escândalo na Espanha, parece que por aqui os escândalos financeiros são digeridos tranquilamente, manchou um pouco o promissor talento. A culpa, lógico, da “bruxa malvada”, o garoto nada tem com isso. No Barcelona, ele foi bem. Um bom coadjuvante, o protagonista atende por Messi. Foram títulos, conquistas até a malvada bruxa reaparecer oferecendo, a doce maçã do protagonismo, em outro lugar.


O jovem principezinho, tocado pela confiança de que seria o melhor entre os melhores, aceitou o desafio. Já era uma “realidade” no país de origem, aliás berço de ouro no quesito melhor do mundo. Seria fácil acumular troféus no novo palco. O desafio era levar seu novo reino ao topo com conquistas continentais, fácil para quem era o futuro rei do mundo. Era só seguir os planos pré-estabelecidos pelo destino e por seus vorazes seguidores. Tudo se encaixa como num conto de fadas.


A frustração é geral. Neymar nunca deixou de ter talento, mas também nunca deixou de ser coadjuvante na prateleira de cima. O menino esperança, cresceu e virou, melhor, deveria virar uma madura realidade. Parece que a maçã que ele comeu não ajudou muito. Tinha o sabor amargo de realizar sonhos antes da hora e tirar os pés do principezinho da chuteira da humildade.


Ele virou rei sem coroa. Como protagonista, nenhuma conquista realmente convincente. Não ganhou Copa do Mundo, nem uma simples Copa América. Messi também não ganhou Copa do Mundo, mas encheu as burras de títulos continentais como protagonista. Na única tentativa europeia fracassou. Prometeu morrer pela coroa na segunda vez e caiu do cavalo.


Nem contabilizo os desarranjos fora de campo. Meu foco é mesmo o conto de fadas de um promissor talento. Sim, ele pode dizer que “em terra de cego quem tem um olho é rei”. Pode estar satisfeito com a fama e com os súditos que carrega consigo. Eu lamento. Não fosse tão amarga a maçã da bruxa malvada, talvez esse conto de fadas tivesse final feliz de verdade. Ele parece condenado a ser um entre os bons coadjuvantes. Mais um que poderia ser rei e caiu na tentação de acreditar antes da hora.

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