Nem parece o mesmo time. Era previsível uma queda de rendimento do Flamengo, mesmo que Jorge Jesus ainda estivesse no comando. Aliás, já acontecia no Campeonato Carioca. A chegada do catalão Domenec Torrent ( Foto – Alexandre Vital1/CRF ) complicou tudo. Impossível ele ter afinidade com o que o Flamengo estava fazendo, vivia nos Estados Unidos, com poucas informações do futebol brasileiro. Chegou para implantar o seu estilo de jogo e conhecer um elenco que ouviu falar.
O treinador valoriza posse de bola, tornou o time lento no meio campo e perdeu as jogadas de profundidade. Ele sequer conhece as alternativas do meio campo. Troca jogadores no setor. Nitidamente está tentando achar no elenco quem mais se aproxima do seu estilo de jogo, que prioriza a troca de passes, diferente de Jorge Jesus. Domenec quer um Flamengo mais cadenciado. Não faz ligação meio e ataque. Por isso, recuou Everton Ribeiro que jogava aberto pela direita. Hoje, pela direita, é quase um volante. Mesma função que exerce Diego pela esquerda.
Domenec tirou o arco do time. As flechas, Bruno Henrique e Gabriel, perderam o efeito velocidade. O treinador está conhecendo o elenco. Apostou em Bruno Henrique pelo meio pela altura e pelo bom desempenho pelo alto. Jogou Gabriel para a direita, sem as bolas de velocidade e contra o Botafogo apostou em Pedro Rocha, sem ritmo de jogo. Mudou tudo durante o jogo com Bruno Henrique na esquerda, Vitinho na direita e Gabriel pelo meio. Apelou para Pedro no final, mas o defeito, a bola lenta quando chega ao ataque, pega marcação dobrada.
Até nas mudanças Domenec deixa claro que está conhecendo o elenco. Thiago Maia e Thuler, são exemplos de jogadores pouco aproveitados por Jesus e lembrados na hora de mexer no time. Enquanto isso, Gerson e Arrascaeta, ficam no banco. Enquanto o técnico faz seus testes, o time trava. Perdeu velocidade na saída para o ataque e ganhou lentidão para ter posse de bola. Era previsível, o treinador nem tinha ideia do que era o Flamengo. Chegou com uma ideia de jogo para implantar e sem noção de como o Flamengo jogava.
Para mostrar seu valor, o técnico catalão precisa de muito tempo. Tem que conhecer o elenco, a cultura de jogo do clube e o tipo de jogo praticado pelos adversários. Precisa de adaptação. O relógio corre contra. O time começou tropeçando no Brasileiro, tem Libertadores e Copa do Brasil pela frente e a inevitável cobrança pelos ótimos resultados de Jorge Jesus. Paciência não é o forte do torcedor brasileiro e a falta de resultados vai cobrar preço alto de uma escolha arriscada para comandar o Flamengo.
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