O Flamengo paga caro pela sua soberba. Levou um vareio do Maringá, da Série D do futebol brasileiro, aos gritos irônicos de “Real Madrid, pode esperar, a sua hora vai chegar”, dos torcedores paranaenses.
Puro sarcasmo por causa dos berros, comandados pelo dirigente Marcos Braz, no vestiário, logo após uma das últimas conquistas dos rubro-negros.
A bravata que saiu da boca de Braz, endossada pelos jogadores da equipe, com exceção de Davi Luiz, que preferiu colocar a mão na boca, em sinal de reprovação, era de que o Mengo ganharia do Real na final do Mundial de clubes.
Não houve confronto com o Real, como foi visto, pois o time carioca ficou pelo meio do caminho.
Mesmo assim, o presidente Rodolfo Landim não se corrige.
Segue sendo um poço de soberba.
Quem afirma é Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
Ela sabe o que diz.
Participa das reuniões da Libra, liga de futebol que os clubes brasileiros querem formar para melhorar as relações, o calendário e, claro, o faturamento dos clubes que participam do Campeonato Brasileiro.
Leila disse estar irritada com o comportamento de Landim nos encontros dos dirigentes para a formação da liga.
“O Flamengo pensa que é o rei da cocada preta”, afirma ela.
Finalmente algum dirigente, no caso uma corajosa dirigente, vem a público dizer o que todos os outros dirigentes sabem, mas não têm coragem dizer.
A soberba do Flamengo, e principalmente de seu presidente Rodolfo Landim, irrita.
E muito.
No auge da pandemia do coronavírus, Landim queria que o futebol voltasse a ser disputado nos gramados brasileiros, mesmo com as milhares de mortes provocadas pela covid.
Agora, como disse a presidente do Palmeiras, Rodolfo Landim se recusa a votar a favor de uma resolução que acaba com a necessidade de que haja unanimidade nas votações da Libra.
A obrigatoriedade emperra as discussões.
“Os 19 clubes são a favor do fim da unanimidade nas votações. Só o Flamengo é contra”, conta Leila Pereira, que acrescenta: “Desta forma não vamos decidir nada, pois nunca há consenso. Sou a favor de que o que a maioria decidir está decidido”. Afirma ela.
“Se o Flamengo não quer colaborar, que vá disputar os campeonatos na Europa. Que vá lá disputar com o Real Madrid”, ironiza.
Como única mulher presidente de clube da Série A do futebol brasileiro, Leila Pereira dá uma lição de coragem.
Diz ao presidente Rodolfo Landim o que ele tem de ouvir e nenhum dos homens que presidem os demais clubes brasileiros têm a coragem de falar.
Leila Pereira, na minha avaliação, até pouco tempo atrás, uma pessoa arrogante, subiu no meu conceito.
Esbanjou coragem e bom senso e deu aos demais cartolas uma grande lição.
Wladimir Miranda cobriu duas copas do mundo (90 e 98). Trabalhou nos jornais Gazeta Esportiva, Diário Popular, Jornal da Tarde, Diário do Comércio e também na Agência Estado. Iniciou no jornalismo na Rádio Gazeta. Trabalhou também na TVS, atual SBT. Escreveu dois livros,de grande aceitação no mercado editorial: O artilheiro indomável, as incríveis histórias de Serginho Chulapa e Esconderijos do futebol.
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