O debate entre André Negão e Augusto Melo na TV Gazeta (Mesa Redonda) no final do ano passado foi esclarecedor.
Sério, sem ironias.
O telespectador, até o menos atento, corintiano ou não, teve uma ideia do que o clube do Parque São Jorge iria enfrentar durante o mandato, de qualquer que fosse o candidato vencedor daquele programa de humor sem nenhuma graça.
O duelo verbal foi um festival de asneiras, idiotices.
Bastaram poucos dias de gestão de Melo, candidato da oposição, vencedor da eleição, para que a Fiel Torcida tomasse contato com uma sequência de insanidades.
Augusto Melo passou a ser figura carimbada nos programas esportivos de televisão.
Desandou a falar bobagens.
A primeira delas foi prometer contratar Gabigol, do Flamengo.
Promessa estapafúrdia, para dizer o mínimo, pois que o Corinthians está afundando em uma dívida bruta superior a R$ 1,96 bilhão.
Isso sem falar nos R$ 703 milhões que o clube deve para a Caixa Econômica Federal pela construção da Neo Química Arena.
A dívida do clube, é bom lembrar, aumentou em 26% em relação a 2020, que era de R$ 1,26 bilhão.
Melo substituiu Duílio Monteiro Alves, considerado por muitos corintianos o “pior presidente da história do clube”.
O fato é que Augusto Melo faz o que pode para superar Duílio e seu grupo no comando do clube com a segunda maior torcida do Brasil.
Os resultados da péssima gestão de Melo nestes três meses de gestão já começam a aparecer nos gramados com as derrotas da equipe, agora dirigida pelo português Antônio Oliveira.
O Corinthians ainda não venceu no Campeonato Brasileiro.
É o 18º colocado, à frente apenas de Atlético Goianiense e Cuiabá.
O futebol que o time de Antônio Oliveira ousa mostrar em campo é de um nível estarrecedor. Nesta terça-feira, contra os reservas do Argentinos Júniors, pela Copa Sul Americana, sofreu um gol logo aos dois minutos de jogo e não teve forças e muito menos competência para reagir.
Os reservas do mediano Argentinos Júniors controlaram a partida como quiseram.
O futebol mostrado pelo Corinthians de Augusto Melo lembrou o velho Corinthians da década de 1960, quando não ganhava títulos, era o saco de pancada de Santos, Palmeiras e São Paulo e chamado, merecidamente, de “faz me rir”, título de uma música de sucesso interpretada pela cantora Edith Veiga.
O medo da queda para a Segunda Divisão atormenta os corintianos.
Pode ser um exagero, porque o Brasileirão está apenas começando.
Mas o cenário é desalentador.
Não há sinais de melhoras no horizonte.
Wladimir Miranda cobriu duas copas do mundo (90 e 98). Trabalhou nos jornais Gazeta Esportiva, Diário Popular, Jornal da Tarde, Diário do Comércio e também na Agência Estado. Iniciou no jornalismo na Rádio Gazeta. Trabalhou também na TVS, atual SBT. Escreveu dois livros,de grande aceitação no mercado editorial: O artilheiro indomável, as incríveis histórias de Serginho Chulapa e Esconderijos do futebol.
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