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Foto do escritorFutebol em Rede

O CONCORDE DA BOLA


O Paris Saint Germain colocou em campo com o mesmo uniforme, grandes nomes do futebol internacional. Não foram todos, ainda ficou gente de fora, mas Messi, Mbappe, Neymar, Sergio Ramos, Donnarumma, Di Maria e etc, sugere uma constelação para superar os “galácticos” do Real Madrid do início do milênio. Um time supersônico capaz de atingir o topo de conquistas em tempo recorde. Daí a comparação com o mito da aviação comercial, o franco-britânico Concorde.


O elenco montado em Paris é extravagante. Não importa que a solução contábil para evitar problemas com o teto de gastos ou fair play financeiro, seja emprestar/comprando, para concretizar a compra ao longo do período. Foi gasto uma fortuna. Um marco mundial de investimento. Igual ao gasto pelo projeto do avião supersônico. O avião que virou um mito da aviação comercial decolou para valer em 1976 e pousou em definitivo em 2003. Teve glamour, virou case de marketing, mas não conseguiu sustentar o sonho.


O fracasso do Concorde foi financeiro. Custos de manutenção elevados, poucos passageiros para pagar a conta e limitações de investimentos para atualizar e aperfeiçoar o avião. Tentaram até fazer os passageiros pagarem alto pelo prazer ou a extravagância de usar o avião, antes de abandonarem o projeto. O time montado pelo PSG sofre algo parecido. A manutenção será enorme e na maioria dos casos, as contratações não terão retorno financeiro. Colocar esse time em campo sairá caro demais. É tão inviável financeiramente do que o avião Concorde.


A justificativa para a “loucura” é esportiva. Conquistar tudo o mais rápido possível, supersônico, antes de a manutenção superar o investimento gasto. O futebol está cheio de exemplos de times extraordinários, verdadeiras seleções, que decolaram com a mesma intenção e se revelaram um fiasco. O Real Madrid teve duas gerações de galácticos. Ganhou muito, mas só igualou proezas anteriores. Como o Concorde, virou um case de marketing. Esse um exemplo bom.


Em outros pontos do planeta também houve excessos na formação de elencos milionários. O Flamengo gastou muito com o ataque dos sonhos. O Corinthians montou um timão na década de oitenta. Uma marca desses times, a guerra de egos no elenco. Outra, a realidade para decolar e fazer história tinha obstáculos imprevistos como a superação de adversários menos gastadores. Lógico que podem ser apontados sucessos de times milionários, mas a regra geral no futebol é a surpresa ou o imprevisível resultado de campo entre o grande e o menor.


O torcedor está empolgado com a extravagância do investimento. Vencer a Ligue 1 é fichinha. Eles sonham com a Europa e o Mundo. O time decolou com Mbappe a bordo. O piloto Mauricio Pochettino sabe que se houver turbulência, ele será o culpado. A aposta é alta. Fazer história antes dos efeitos financeiros. Me lembra muito o avião Concorde, decolou como um marco mundial e terminou como fracasso financeiro, um sonho inviável comercialmente.

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