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O texto velho continua novo

Um dia conversando com Pelé, ele me disse que falavam de gols que fez e que às vezes nem se lembrava. Quem sou eu para me comparar com Pelé? Mas hoje recebi esse velho texto que escrevi em 2010 e que nem se lembrava mais. Era sobre o Estádio que seria escolhido (ou construído), em São Paulo, para a Copa-2014. Vira e mexe eu ouço. É, e os gastos, as manobras da Copa, você, ou vocês, não falam nada. Falamos, sim, na época. Aí está a prova e o triste é que continua atual. Se você tiver paciência leia até o fim e tire suas conclusões.



LUÍS CARLOS QUARTAROLLO. FALOU TUDO

Luís Carlos Quartarollo A Fifa fez de tudo para não ter o Morumbi na Copa. Arranjou mil problemas. Estava mesmo afinada com outra ala, a ala das construtoras que tomam dinheiro público a perder de vista para construir novos Elefantes Brancos Brasil afora. A estratégia deu certo de novo. O Morumbi não passou no rigoroso teste do Caderno de Encargos da Fifa. Rigoroso para o Brasil, diga-se de passagem. Para se adaptar a tudo o que a entidade pedia sem ter a garantia que iria fazer a abertura da Copa, o gasto seria de 650 milhões de reais hoje, mas poderia aumentar mais ainda. Muito dinheiro para tanta incerteza. Podia acabar fazendo a abertura e pelo menos mais uns cinco jogos, mas o custo é alto demais. Haveria uma parte do dinheiro emprestado pelo BNDES, mas ganharia o quê com isso? Alguns trocadinhos da Copa e uma dívida futura. Não valia à pena. O São Paulo F.C. tirou um peso das costas embora saiba que precisa melhorar o seu estádio que já tem muita coisa ultrapassada por lá. A Fifa sempre gostou de construir estádio ou obrigar a construção de arenas gigantescas em vários países. O dinheiro não sai do bolso dela. Depois deixa a conta para o país sede ou para o clube dono do estádio e vai pressionar outra sede da Copa do Mundo. Os companheiros que visitam estádios todo o dia nesta Copa da África não entendem toda essa exigência com o Morumbi, pois o Caderno de Encargos lá não valeu. O problema é que o Morumbi sempre disputou com um estádio fantasma que querem construir a todo custo na cidade de São Paulo. Há um grupo que se diz ligado ao esporte em nossa capital que aposta que quanto mais o tempo passar menos licitação será necessária para construir uma arena gigante sem prestar contas a ninguém. É por esse ralo que sairá o nosso rico dinheirinho. Contam com apoio até de gente do governo para essa empreitada. Um negócio asqueroso e que cheira muito mal. Quem utilizaria no futuro um estádio desse porte ou do porte que exige a Fifa para uma abertura de Copa do Mundo? O Corinthians, que tem torcedor número um o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é o principal candidato. Ganharia um estádio de graça da cidade de São Paulo e abandonaria às moscas o Pacaembu. Quem jogaria no Pacaembu a partir disso? Será que é um bom negócio para a cidade? O Piritubão é um sonho de alguns aloprados, mas cujo fantasma começa a sair das sombras com o veto oficial ao Morumbi. Acho que todos nós temos que ficar atentos a essas manobras. Se for o caso que São Paulo não tenha Copa do Mundo. Não nos fará nenhuma falta. Muito menos um novo estádio construído com o nosso dinheiro e com manutenção dispendiosa. O que não pode agora é Prefeitura e Governo do Estado pararem de fazer obras necessárias em São Paulo. O metrô tem que continuar se expandindo, coisa que já devia ter sido feita há muito tempo, e outras ações para o bem da cidade também têm que continuar. A desculpa de que tudo girava em torno da futura sede da Copa do Mundo é esfarrapada. Prefeito e Governador tem que trabalhar sempre como se fosse para sediar uma Copa do Mundo. Afinal, a nossa Copa é todo dia.

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