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OS DEUSES DO FUTEBOL E A COPA DO MUNDO


Diz a lenda que Deus escreve certo por linhas tortas. Tudo indica, os deuses do futebol adotaram o mesmo ritual. (Foto/Crédito – DCM) Não é segredo, realizar a Copa do Mundo no Catar foi um desafio polêmico. As suspeitas de irrigação financeira no grupo de executivos da FIFA já renderam processos e até prisões. Para salvar o futebol do escândalo era necessário um roteiro que superasse as mazelas e ele aconteceu.


Os deuses do futebol resolveram substituir camelos por zebras esportivas no Catar. Arábia Saudita, Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos, Austrália e Marrocos entraram para estimular a fase de grupos. Resolveram surpreender muita gente grande e assim o divino tratou de dar uma força para o incentivo ao esporte ao redor do mundo. Sim, houve quem colocasse time reserva em campo, acreditando que as zebras não eram camelos. Alguns foram punidos esportivamente pela soberba.


A Alemanha usou tarja preta na camisa como nos medicamentos que precisam de receita médica. Só sobrou Musiala. A Espanha resolveu inverter a lógica. Ter a bola virou mais importante do que colocá-la nas redes adversárias. A seleção brasileira fez sucesso no TIC TOC. Teve dancinha, cabelo descolorido, mas o que irritou mesmo “o divino” foram as seis estrelas no calção de Neymar. Os deuses do futebol usaram os veteranos da Croácia para deixar a lição, ninguém ganha antes da hora.


Como roteiristas experientes os deuses da bola usam dramas como recurso. Surpresas, transformaram coadjuvantes em promissoras promessas e deixaram para o final, o maior legado de uma Copa do Mundo cercada de controvérsias e injustiças sociais. Numa tacada só deram lindas lições para aqueles que se utilizam do esporte. Merecimento e talento foram o legado de uma final para fazer esquecer as bases ruins de uma competição. Entraram em campo, sem aviso prévio, justiça para quem supera dificuldades como a seleção da França e reconhecimento para Lionel Messi.


Foi uma final fantástica. Messi e a Argentina colocaram a mão na taça duas vezes. Mbappé, um sucessor em talento, e a França com todas as dificuldades que enfrentou, tomou a taça de forma surpreendente. O goleiro da Argentina foi a mão dos deuses, nos minutos finais, para ajustar as coisas. Levou a decisão para os pênaltis, redimiu Montiel pelo erro nos noventa minutos, mas não conseguiu evitar o talento de Mbappé. Daí veio a justiça. Messi conquistou sua sonhada Copa do Mundo. Ao mesmo tempo, o povo sofrido de seu país, teve seus momentos de alegria e o inesquecível Maradona sorriu.


Para combater uma Copa do Mundo no lugar errado, da forma errada e com tantas injustiças de gênero e exploração, os deuses da bola escolheram as linhas tortas para fazer o certo pelo esporte. Deram a justa consagração para Messi com a conquista da Copa. Mostraram ao planeta a importância da superação com a França chegando à final. Mais ainda, com Mbappé artilheiro e com três gols na decisão, deram a deixa para o sucessor de Messi. O futebol sobreviveu às mazelas que levaram a competição para o Catar. Um roteiro escrito pelos deuses em nome do esporte.



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