O futebol sofreu uma ameaça dos milionários clubes europeus. Nem todos, só os mais arrogantes. Numa tentativa de revolução para conseguir mais dinheiro, os magnatas da bola resolveram botar o ovo da Superliga. Uma competição entre endinheirados, sem critérios esportivos, um clube do Tio Patinhas da bola. A reação foi imediata. FIFA e UEFA contra-atacaram com medidas punitivas. Ligas Nacionais importantes também reagiram e dentre os milionários, alemães e franceses recolheram suas tropas.
Faz tempo que o Clube do Tio Patinhas ( Ilustração Disney ) balança cofrinhos em sinal de protesto contra a fórmula de disputa da Liga dos Campeões. Eles querem mais glamour e menos coadjuvantes na competição. A UEFA sabia da intenção e acenou com mudanças nas competições europeias a partir de 2024. Em troca, aumenta o número de participantes na competição. Hoje a fase de grupos tem 32 clubes, teria 36. Os oito grupos de quatro virariam seis grupos de seis. A solução da UEFA não agrada.
Ao mesmo tempo que tenta sufocar a UEFA com a ameaça de revolta, o clube do Tio Patinhas, sinaliza dias difíceis para a FIFA, que sonha com um Mundial de Clubes no globalizado planeta futebol. O ovo de ouro da FIFA é ter competição mundial, anual, com clubes, mesmo que ofusque o prestígio da Copa do Mundo. A conta é simples, dinheiro entrando todo ano é melhor do que esperar quatro anos para encher o cofre. Já testaram a fórmula no Brasil em 2000 e conseguiram vender a ideia para a China.
A solução, como sempre, é o diálogo. As Ligas Nacionais mais importantes da Europa (Premier League, La Liga e Série A) e os dissidentes milionários (Bayern Munique, Borussia Dortmund e PSG) são aliados da UEFA/FIFA. Todas As confederações do planeta estarão do mesmo lado com a ameaça de jogadores impedidos de defender seleções e um eventual esvaziamento das competições nacionais. O Império tem força para contra-atacar, mas não vai querer competições de mendigos no futebol.
Numa comparação com outro esporte, o xadrez, Tio Patinhas deu um cheque ou um aviso de que pretende engrossar o jogo. A tal Superliga com 15 clubes fixos e 5 convidados, não empolga. Chama a atenção pelos milionários dispostos a causar turbulência. Para piorar, o momento não ajuda na revolta. Ainda vivemos uma pandemia no planeta e nem público para o evento está garantido. Nem um “Pazuello universal”, seria capaz de organizar a logística da competição, mandando clubes para outro continente.
A solução é repensar as competições europeias. A UEFA vai ceder para não perder a galinha dos ovos de ouro. Os Tios Patinhas da Bola vão diminuir o tom de revolta ao ver cifrões maiores do que os atuais. Mas não se enganem. O jogo está só começando. A Revolta ou Blefe dos endinheirados indica novos tempos. Os clubes são mais fortes, importantes e dão mais lucro ao futebol do que seleções nacionais. O aviso já foi entendido pela FIFA faz tempo. A galinha dos ovos de ouro mudou.
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