Não podemos execrar o Eduardo Bauermann.
As investigações do Ministério Público de Goiás seguem os trâmites normais. Vamos aguardar o resultado. A direção do Santos decidiu nesta terça-feira, 9/5, afastar o jogador. Treinará à parte. Não será mais escalado até o final das investigações.
A decisão do Santos de excluir o zagueiro do time veio tarde demais.
O afastamento deveria ter ocorrido assim que as primeiras informações sobre o envolvimento do jogador no caso foram divulgadas pelo MP de Goiás.
Eduardo Bauermann atuou em várias partidas sob suspeita.
Isso foi ruim para o jogador.
E péssimo para o Santos.
Logo o Santos que passa por uma interminável fase de pífios resultados nos últimos anos. Com ameaças de ser rebaixado no Campeonato Paulista e no Campeonato Brasileiro. E eliminações seguidas nas Copas Sul Americana e do Brasil.
O rendimento e os resultados do time envergonham o seu maltratado torcedor.
E agora, mais essa.
Lamentável.
A decisão pelo afastamento do zagueiro foi tomada pelo Santos após a divulgação, pela Revista Veja, das conversas de Bauermann com um sujeito que, pelo diálogo, de baixíssimo nível, é bom ressaltar, deve ser um apostador, ou o chefe das máfias das apostas.
O papo entre o apostador e Bauermann é asqueroso.
Nojento.
Provoca ânsia de vômitos.
No print que a Veja conseguiu com o MP de Goiás fica claro que Eduardo Bauermann aceitou conversar sobre o esquema. E, mais do que isso, o diálogo mostra que o jogador do Santos teria recebido R$ 50 mil para ser advertido com o cartão amarelo contra o Avaí, e posteriormente com o vermelho no jogo com o Botafogo.
Não fez o serviço sujo diante do Avaí e foi expulso de campo após o final da partida com o Botafogo. O que, segundo as regras das apostas manipuladas, não serve.
Bauermann é pressionado e ameaçado durante a conversa no print divulgado pela Veja.
Em outra conversa, o jogador promete arrumar mais dois jogadores do Santos para participar do esquema fraudulento.
Eduardo Bauermann sabia o que estava fazendo. Não entrou de gaiato neste navio abarrotado de ratos.
Nenhum apostador, ou chefe da quadrilha de apostas, iria procura-lo, se não soubesse que ele, Bauermann, estava disposto a ouvir a proposta.
Ouviu a proposta indecente, tentou executá-la e, pior, recebeu o dinheiro, pois, na conversa fica claro que ele recebeu R$ 50 mil.
Bauermann, um dos melhores zagueiros do atual elenco santista, comprometeu a sua carreira.
Triste para ele, um jogador de bom nível técnico.
E lamentável para os milhões de apaixonados pelo futebol no Brasil e no mundo.
Wladimir Miranda cobriu duas copas do mundo (90 e 98). Trabalhou nos jornais Gazeta Esportiva, Diário Popular, Jornal da Tarde, Diário do Comércio e também na Agência Estado. Iniciou no jornalismo na Rádio Gazeta. Trabalhou também na TVS, atual SBT. Escreveu dois livros,de grande aceitação no mercado editorial: O artilheiro indomável, as incríveis histórias de Serginho Chulapa e Esconderijos do futebol.
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