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Sou do tempo que jogador tinha vergonha de jogar mal

Sou do tempo que jogador tinha vergonha de jogar mal. Uma derrota era mais sentida. Hoje os caras não sentem mais o jogo. Tanto faz como tanto fez. Ganhou ótimo, empatou tudo bem e perdeu está bom. Agora sem torcida no Estádio por conta da Pandemia ficou mais fácil ainda. A cobrança é protocolar e nem a imprensa pode chegar perto, também por conta da Pandemia, para fazer um questionamento mais profundo.



O futebol está desalmado e desanimador. A primeira final do Paulista-2020 entre Corinthians e Palmeiras entra para os anais como um dos piores jogos da história do futebol. Ridículo o que fizeram. Nem na várzea é assim. Lá tem mais cobrança. Depois sou obrigado a ouvir os treinadores tentando explicar um jogo que foi uma pelada de muito mau gosto. Estão cheio de números e pouco futebol. Pelo que sei futebol ainda se joga com a bola e o gol faz uma diferença danada na equação.



São jogadores mimados e milionários. Ganham muito para produzir pouco. No Corinthians, o dito meia Luan fez apenas um passe certo no primeiro tempo e depois sumiu e quando foi substituído saiu bicudo. Se tivesse entrado não precisava ter saído. Ramiro, que foi quem recebeu a única bola boa de Luan no jogo, é explicado sempre como bom taticamente. Quando se fala mais do taticamente do que do tecnicamente, se explica que o jogador é fraco. Tão fraco que deveria ter feito o gol, mas falta-lhe fundamento, para não dizer categoria mesmo.



Nem Fagner conseguiu jogar. A principal válvula de escape do Corinthians, é quase um ponta-direita sem pasta, foi bem marcado pelo Palmeiras. Os demais da defesa foram muito protegidos pelo meio campo e garantiram o zero do placar. Isso a defesa do Corinthians, salvo raras exceções do começo de Thiago Nunes, tem feito bem há mais de 10 anos. Defende-se como poucos, mas o ataque não funciona. Se Jô não receber bola para finalizar vai correr como um louco e virar um falso zagueiro para ajudar na marcação.



No Palmeiras outro desfile de horrores. Time parecia jogar para não perder. Empate estava a gosto. Tanto que Luiz Adriano ficou sem a bola mais uma vez. É o Jô do Palmeiras. A gente já não sabe se ele é bom ou mau centro-avante. Ele só corre e não participa do jogo. O time não arma nada para ele. O meio-campo é totalmente inócuo. Ramires vira titular, mas não joga. Bruno Henrique virou reserva e entra mal. Sobra a vontade dos bons garotos Patrick de Paula e Gabriel Menino. As opções de banco tem mais nome que bola. Lucas Lima, Scarpa e Raphael Veiga são melhores quando estão fora do time. Quando entram decepcionam.



E o Rony, hein? Será que ainda vai vingar? Parece um Mirandinha moderno sem a qualidade do velho Mirandinha da década de 80. Corre que é uma barbaridade. Confunde ritmo com pressa. Foi totalmente dominado pelo garoto Carlos Augusto. Até agora não funcionou. Talvez seja hora de sentar no banquinho e ver jogo de fora.



Esses caras deviam pedir desculpas por terem feito um jogo tão ruim. É impossível que repitam essa tragedia no sábado. Se bem que é melhor não esperar muito mais. Para eles, contrariando o que disse o presidente Galliote, é só mais um jogo. Ontem, no entanto, foi menos que um jogo. Essa é a verdade. Se não querem jogar, que tirem o vencedor na moedinha. Seria mais emocionante. É o que penso. Pobre, futebol.

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