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São Paulo é refém de Rogério Ceni


Não tivesse o passado que tem como jogador, Rogério Ceni não seria mais técnico do São Paulo. O trabalho dele no comando do Tricolor é péssimo.

Horrível.

Tudo o que ele pediu a diretoria do São Paulo deu.

Foram oito jogadores contratados para a atual temporada.

Pedrinho (atacante), Marcos Paulo (meia), Rafael (goleiro), Wellington Rato (atacante), Alan Franco (zagueiro), Méndez (volante), David (atacante) e Caio Paulista (lateral e atacante), chegaram ao Morumbi com o aval do treinador.

Pode até ser que estes jogadores estivessem numa lista, digamos, tríplice, e que algum deles fosse o terceiro da fila.

Podem ter vindo porque o clube não conseguiu trazer outros, mais caros.

É provável que tenha sido isso.

Mas o que é fato e incontestável é que foram jogadores aprovados pelo ídolo que, no momento, ocupa a função de técnico do time.

Mesmo com este pacote de contratações, o rendimento do São Paulo é muito ruim. Merece críticas.

No Campeonato Paulista, acaba de ser eliminado pelo Água Santa, um clube sem divisão no futebol brasileiro.

A equipe de Diadema já entrou de férias na atual temporada.

Após eliminar o badalado Tricolor de Ceni, o time do ABC paulista não tem nenhuma competição para disputar este ano.

Eliminou o Tricolor.

Missão cumprida.

Ao ser derrotado nos pênaltis, o São Paulo perdeu dinheiro. Muito dinheiro para um clube cujo presidente Júlio Casares alardeia sem constrangimento que não ter condições financeiras para ir ao mercado e fazer grandes contratações.

Caso fosse o vice-campeão paulista, o São Paulo embolsaria R$ 1,65 mi. O título lhe daria R$ 5 milhões.

Este dinheiro seria um grande reforço financeiro para um clube que está no sufoco, afundado em dívidas.

Ficar atrás dos quatro semifinalistas (Palmeiras, Água Santa, RB Bragantino e Ituano, além do São Bernardo), é um desastre para um gigante como o São Paulo.

Caso o técnico do time não fosse Rogério Ceni, com tanta história no clube, sobreviveria a mais um fracasso?

Não, teria sido demitido na verdade ano passado, quando o Tricolor perdeu a Copa Sul Americana para o modesto Independiente Del Vale, do Equador.

O argentino Crespo foi demitido mesmo tendo sido campeão paulista.

Rogério Ceni só não foi mandado embora ainda porque tem o passado que tem no clube.

E também, é bom que se diga, porque com ele no comando da equipe, os dirigentes ficam imunes às críticas.

Com a história que tem no Morumbi, Rogério Ceni funciona como um escudo quase intransponível para o presidente Júlio Casares e seus parceiros.

O que significa que, seja pela história do ex-goleiro, ou por servir de escora para os cartolas tricolores, o São Paulo virou refém de Rogério Ceni.

Wladimir Miranda cobriu duas copas do mundo (90 e 98). Trabalhou nos jornais Gazeta Esportiva, Diário Popular, Jornal da Tarde, Diário do Comércio e também na Agência Estado. Iniciou no jornalismo na Rádio Gazeta. Trabalhou também na TVS, atual SBT. Escreveu dois livros,de grande aceitação no mercado editorial: O artilheiro indomável, as incríveis histórias de Serginho Chulapa e Esconderijos do futebol.

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