O futebol é uma caixinha de surpresas.
Eu tenho certeza de que você já ouviu a frase acima centenas e centenas de vezes, e ela tem lá o seu fundo de verdade. Contudo, existem situações em que dificilmente o torcedor será surpreendido neste mundo da bola de meu Deus. E uma delas muito provavelmente acontecerá no Brasileirão deste ano: é quase impossível o Palmeiras perder o título.
É bem verdade que ainda faltam 11 partidas, e que matematicamente o Verdão ainda pode ser ultrapassado por vários de seus principais concorrentes ao título. Além disso, não é impossível que a equipe comandada por Abel Ferreira acumule três ou quatro derrotas consecutivas, sobretudo se levarmos em conta que o equilíbrio é a marca principal não só deste, mas de quase todos os Campeonato Brasileiros nos últimos tempos.
Ocorre, porém, que fica bem difícil acreditar no que escrevi no parágrafo acima, e por dois motivos: primeiro porque, mesmo que o Palmeiras perca três ou quatro jogos seguidos, ele somente será ultrapassado na tabela se Internacional/RS, Fluminense/RJ, Flamengo/RJ ou Corinthians vencerem três ou quatro jogos seguidos. E com exceção do rubro-negro carioca, até agora nenhum dos outros três deu pinta de que pode conseguir tal feito com muita facilidade. Já a segunda razão é ainda mais positiva ao alviverde: das 27 rodadas disputadas até agora, o time foi líder em 19, sendo 18 delas consecutivamente. E como tem, no momento, boa vantagem sobre o segundo colocado, na pior das hipóteses – para ele, claro - aumentará os números acima para 21 e 20, respectivamente.
Outro ponto que deixa os palmeirenses bastante confiantes é a história. As duas vezes em que o Verdão levantou a taça do Campeonato Brasileiro após a competição passar a ser disputada no sistema de pontos corridos, seus números eram inferiores aos da equipe atual a esta altura da competição. Na edição de 2016, após o término da 27ª rodada a equipe liderava o torneio, mas com 54 pontos (ou seja: três a menos do que agora) e com apenas um de vantagem sobre o então vice-líder, o Flamengo/RJ. Já em 2018, também após 27 jogos, o time também era o líder, mas com 53 pontos (quatro a menos do que agora) e ao lado do Internacional/RS, a quem superava apenas por ter saldo de gols superior (23 a 18). Ou seja: se em condições bem menos favoráveis o Palmeiras levantou as duas taças citadas, como acreditar que agora, tendo uma equipe superior e mais acostumada a títulos do que aquelas que foram campeãs e com 8 pontos a mais do que o time gaúcho, não repetirá o feito?
Em síntese, prezado torcedor: é verdade, sim, que no futebol tudo pode acontecer. Mas também é verdade que, quase sempre, nele prevalece a lógica. E esta, para a alegria da quarta maior torcida do País, indica que pouco antes do início da Copa do Mundo a festa do Brasileirão será verde e branca.
E pela 11ª vez.
Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 34 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 17 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br
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